É uma sensação estranha atravessar o país de comboio e ver
fogo quase com indiferença. Desde os primórdios, o fogo nunca foi indiferente ao homem. Representa tanto a vida como a morte. Sobrevivência e destruição.
Incorpóreo, inodoro, insonoro, incolor. Tem apenas as formas bruxuleantes das chamas. O cheiro, o som e a cor de acordo com a matéria que arde. Inexoravelmente poderoso, o fogo é usurpador.
Assisto com resignação às chamas que vejo da janela do comboio. De sul a norte. Todos os verões é o mesmo filme triste e assustador. Todos os verões a mesma angústia, o mesmo desespero. Os mesmos rostos desaustinados. Até quando?
NB: O ministro da Administração Interna veio hoje dizer que não há falta de meios e pediu aos empresários para libertarem do serviço os funcionários que sejam também bombeiros voluntários. Enfim... Enquanto não houver um plano rigorosamente estruturado, pessoas competentes e uma fiscalização capaz há-de continuar tudo na mesma. Ai Portugal, Portugal.
gosto deste texto. gosto do seu lado poetico e politico, e acho k a mistura dos dois pode ser muito eficiente e poderosa. normalmente nunca percebo os outros textos sobre politicos e politicas, jornais e que tais.
estou longe da realidade politica portuguesa.
às vezes, estar longe da realidade politica portuguesa pode ser muuuuito bom
keep it going on, sista