Ana Baldaia, em Londres e Bárbara Baldaia, em Lisboa



As palavras custam a sair


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As palavras perseguem-me desde sempre. Inventava uma escrita encriptada (vulgo gatafunhos) antes de saber fazer letras e juntá-las em palavras. Enchia páginas em branco quando aprendi a fazê-lo só pelo simples prazer de desenhar palavras. Comecei a sorver livros como se fossem batidos de morangos (sempre adorei morangos) quando aprendi a ler palavras. Hoje, trabalho com palavras, tenho que as escolher cuidadosamente antes de irem para a gráfica, como se estivesse a escolher amoras antes de as arrancar da amoreira (depois as mãos ficam todas pretas e a roupa com nódoas que não saem nem com skip, mas sabe tão bem, tão bem, tão bem). Sou perseguida por palavras mesmo quando não há palavras (“como é que eu te digo isto?”). Sou perseguida por palavras quando estou alegre, quando estou triste, quando estou feliz, quando estou chorosa, quando estou fascinada, quando estou deprimida, quando estou emocionada, quando estou arrependida, quando estou carente, quando estou forte, quando acordo, quando me deito, quando respiro, quando transpiro, quando amo, quando odeio, quando quero, quando não quero. Quando digo e quando não digo. Quando escrevo e quando não escrevo. Mesmo assim sou perseguida por palavras. Posso estar um bocadinho farta, não?


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